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Foto do escritorTonne de Andrade

Um do dez, dois no dez

Prólogo


Amanhã ainda é quinta,

mas já vivi a semana toda

Hoje é o primeiro dia do mês

Será que terá outra vez?


Um do dez, dois no dez


A nossa liberdade vale somente

uma nota de dez reais enrolada

que invade nossa mente

Agora você não sabe o que sente


Argumentos versus lamentos

Que se dane a sua lógica

Eu só queria resistir

e não sei mais se ainda posso existir


Você é o convidado

mas é o dono

mas é tudo


Eu quero mais alguma coisa

Há uma vizinha, uma cama,

há um filme, trilha sonora,

tecnologia


Um carro vermelho nos aguarda

nós rodamos tanto

há muitas ruas pra seguir

Eu poderia ter ficado aqui


Obrigada por me obrigar,

mas eu ainda quero brigar

A casa ainda é minha,

a janela não é de ninguém


Há uma espada entre nós

Quem serão vocês?

Queria poder te alcançar

(se não houvesse seu sorriso)


Há muitos pensamentos:

todos eles me confundem

Não posso gritar

e continuo dançando


Eu sonhei com ciganos,

hippies e a Bárbara

Era apenas mais uma melodia

enquanto raiava o dia


Seus olhos estão arregalados

Desculpe, eu não estou mais aqui

Tento entender

Quero jogar suas pílulas fora


Quando você perceberá?

Está morrendo

sob meus olhos, seu cheiro vibrando

me anestesia para o que vejo


Está fugindo

e não posso te reter

Está na minha cama

mas não é comigo que dorme


É só um pouco a mais de fumaça

o óculos embaçado,

quebrar a vidraça

Você cansado


Para meu amigo bipolar, 01/10/2008


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