O vento me acordou
beijando delicadamente
minhas faces coradas
e enviando suaves tecidos brancos
retirarem as lágrimas
que os lençóis não puderam beber
Fora um sonho e nada mais
Até que tentei me erguer
e meus braços fraquejaram
e minhas pernas pesaram
como o sono quando abate as crianças
Não fora um sonho,
lembrança em forma de pesadelo
Quando homens cinzentos
Escondendo olhares vazios
Sob capacetes irreluzentes
Avançaram com seus compridos
e duros braços implacáveis
afastando do caminho
o tapete vermelho
sobre o qual todos poderiam pisar
E os homens cinzentos prosseguiram,
marionetes de homens verdes
que mal conseguem andar
tão pesados são seus bolsos
É esta a hora do despertar
e por isso veio o vento me lembrar
que contamos sempre
com sua ajuda
para nossas bandeiras elevar
e que após triste chuva
no arco-íris
o vermelho sempre vibrará
Sobre a repressão ao carro da Conlutas na Parada Gay de 2008 - 26/05/08
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