#pratodosverem: quadrado com foto de um tornado. Por cima, trecho do poema se seguir:
Tem esse gosto incômodo
habitando minha garganta
preso no meio do caminho
entre o ar que respiro
e o ar que repara
Tem esse meu olhar perdido
no infinito do cômodo fechado
com um pouco daquele desejo aflito
de sair para o que não é esperado
e ficar no que é escondido
Me perdoe se minhas palavras
saem rasgando essas paredes
feitas de fibra e carne
Dói falar e eu acho, e você acha,
ainda que às vezes discordemos,
que eu não penso antes de falar
E enquanto estou andando
entre multidões agonizantes, agonizando,
e aquele calor sobe do chão
e aquele calor sobe de dentro,
barrando meu caminho,
barrando minhas palavras
Parece que não sei pra onde estou indo:
ando perdida, correndo e parando
E na verdade, não sei onde estou,
mas sei que não estou perdida
É só que tem algo acorrentado
por minhas cordas vocais
Como se minha língua tivesse se tornado
a forca de algum segredo
ou mandado alguma palavra para o degredo
dentro de um tornado
que agora gira o ar que está parado
na minha garganta...
26/05/2009
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