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Foto do escritorTonne de Andrade

Os sem-nação


Subindo a Brigadeiro

me deparo o caminho inteiro

com os sem-nação

Dormem na esteira do asfalto

Se balançam na rede das horas

Não há lua, não há dia

Há crianças sem-nação

Quase apagada a memória

dos tempos de glória

Vendem sua história:

chocalhos que já não invocam deuses

cestas que não guardam alimentos

arcos e flechas que não assobiam

E sonhos que Jaci

já não pode mais ouvir

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