Não se preocupe comigo,
não choro por nosso amigo
Choro por chorar,
como aliás devia ser sempre
Choro de cansaço,
de não ter saída,
por falta de abraço,
por ser reprimida
Choro por querer falar
as coisas que não se fala
Choro porque é preciso
e porque preciso
nessas mágoas navegar
Não choro como os bebês,
já não sinto fome
Não choro como as crianças,
o escuro não é tormenta
Choro como os jovens
de almas agitadas
e mais nada
Talvez me diga
que foi um sonho
e que não chorei
Trago o olho risonho
Mas é porque no banho
também a alma lavei