Disseram-me que está morta a poesia
Não! Não posso permitir
Declaro morte à hipocrisia
e à paralisia
estampadas na face da burguesia
Não deixarei morrer
a anti-euclidiana orquídea do poeta
Tantos poetas que se drogaram,
se perderam, se mataram
Não mais é necessário
Fiquemos sóbrios e lúcidos
Não fujamos da realidade
Olhemos em seus olhos frios
e a enfrentemos
Tantos têm medo
Cansei de ter medo
Disseram-me que o sonho
dos meus amigos acordou
Não! Não permito
Esse mundo está torto
e eu quero o fim dele
Não deixarei a flor murchar
Estou à procura da poesia,
buscando onde for,
para na minha tinta ressuscitá-la!
13/02/2007
Obs.: Referência ao poema 'À procura da poesia', de Drummond.