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Foto do escritorTonne de Andrade

Primeiro soneto


Cai pela borda a mão amolecida

Sob o leito parece uma criança

Não se sabe se está adormecida

ou se da vida perdeu a esperança

Nos dedos os cabelos, doce enlace

Sua respiração é lenta e sofrida

Inexpressiva e pálida sua face

A Lua a resguarda compadecida

Lua, não se vá, não a deixe sozinha

Suas bonecas estão todas partidas

Perdida a infância da menininha

Sua pele tem doce aroma de anis

O leito guarda o cheiro de bebidas

Seus olhos giram, sem sonhos infantis

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