Cai pela borda a mão amolecida
Sob o leito parece uma criança
Não se sabe se está adormecida
ou se da vida perdeu a esperança
Nos dedos os cabelos, doce enlace
Sua respiração é lenta e sofrida
Inexpressiva e pálida sua face
A Lua a resguarda compadecida
Lua, não se vá, não a deixe sozinha
Suas bonecas estão todas partidas
Perdida a infância da menininha
Sua pele tem doce aroma de anis
O leito guarda o cheiro de bebidas
Seus olhos giram, sem sonhos infantis