Nuvens navegam
Embarcações de aço,
metal maciço
Velas estendidas,
o vento hasteia meus cabelos
E eu subo,
levada pelas rajadas
Nuvens de concreto
da janela parecem
sólidas como o amor
Desfazem-se
em gotas ácidas
que nos queimam
como lágrimas de amor
- este um navio
que já sumiu no horizonte –
Agora não há nuvens,
nem amor
E meu coração torna-se
aço
Mas ainda há o vento
- só ele me libertará