Uma miserável aldeia está dormindo.
Todos estão cansados e ninguém quer despertar.
A manhã vem depressa, sem ninguém nela reparar.
Até que um galo começa a cantar.
Canta um galo
Canta um galo
desperta uma criança
chora esperança
É hora de lutar
Canta um galo
desperta um adolescente
grita efervescente
É hora de lutar
Canta um galo
desperta um adulto
que sai de seu reduto
É hora de lutar
Canta um galo
desperta uma mulher
que larga a colher
pega uma bandeira
desperta a vila inteira
É hora de lutar
E saem em fileiras
pessoas dessa aldeia
pro mundo despertar
É hora de lutar
Enquanto houver um galo
cantando insistente
será sempre ardente
a luta a se travar
03/12/2007
Obs.: Inspirado no poema 'Tecendo a manhã', de João Cabral de Melo Neto.