Poemas cegos VII
- Tonne de Andrade
- 23 de set. de 2016
- 1 min de leitura

Poemas cegos VII
Na vida, não quero ficar na antessala
Vou colocar minha roupa de gala
e para andar na rua sem receio
vou usando minha bengala,
com ela o caminho eu tateio
Às vezes o preconceito me abala
Venhas comigo, não sejas alheio
se uma amizade se instala
devemos aproveitá-la
Posso não ver, mas saboreio
o gosto que na minha língua estala
e o som da sua voz que desbloqueio
quando a igualdade fala
Posso não ver, mas passeio
pelos aromas que tudo exala
Com os sentidos meu corpo inala
a alegria que manuseio
quando numa mão tenho a bengala
e na outra, teu abraço sem receio