Poemas cegos VIII
- Tonne de Andrade
- 22 de set. de 2016
- 1 min de leitura

Poemas cegos VIII
Saio por aí com minha bengala
Você me vê e se cala
Eu não te vejo,
mas seu olhar me apunhala
Preciso atravessar a rua,
e é você quem trava
Não te custa ofertar ajuda,
mas seu medo te encurrala
Na sua garganta a pergunta entala:
devo acompanhá-la?
Finalmente seu braço assinala
que uma gentileza nos iguala
E quando eu sigo com a bengala,
você me fez atravessar a rua
mas eu te ajudei a atravessar
o preconceito que nos avassala