Mapas: culturas mesoamericanas em cada período
- Tawnne de Andrade
- 22 de jun. de 2015
- 3 min de leitura
Nesta parte podemos comparar quais foram as principais culturas em cada período e região na Mesomérica. Cada mapa orienta em qual região da Mesoamérica cada povo vivia e ilustra um exemplo de arte e/ou sistema de escrita, mostrando a diversidade de produções culturais entre cada povo.
No mapa 1 podemos observar os povos do período pré-clássico (que começa em 1.500 a.C. segundo nosso sistema):
- os olmecas (900 a.C. a 400 a.C.) e suas monumentais cabeças de pedra.
- e os zapotecas (500 a.C. a 100 d.C.) com um painel chamado Los danzantes (os dançarinos), que ilustra uma pessoa morta (esses painéis estão em um templo na cidade de Monte Alban, e têm esse nome porque cada personagem está numa posição diferente, com o corpo retorcido, por isso durante muito tempo os pesquisadores acharam que representavam pessoas dançando, só depois descobriu-se que eram representações de pessoas mortas e por isso em posições estranhas).

No mapa 2 temos outros exemplos do período pré-clássico:
- mize-zoque (150 d.C.) com um exemplo de estela já com um sistema de escrita.
- zapotecas com um exemplo extraído de uma parede de uma construção em Monte Alban com glifos e cabeças de reis inimigos derrotados.
- maya com um exemplo de máscaras de estuque (tipo de material de construção) nas fachadas de templos.
- mixe-zoque/maya com um exemplo de uma estela (= coluna ou placa de pedra com representações e/ou inscrições).

No mapa 3 estão representadas algumas das principais culturas do período Clássico:
- Teotihuacan (150 d.C. a 650 d.C.) com exemplos de glifos e ornamentações.
- zapotecas (200 d.C. a 700 d.C.) com um exemplo de uma parede de painéis com textos extensos e cenas narrativas.
- maya clássico (400 d.C. a 800 d.C.) com exemplos de escrita fonética combinada com cenas narrativas.
Aqui podemos perceber que os sistemas de escrita já estão mais consolidados e em uso por estes povos. Podemos também perceber que o sistema de escrita desenvolvido pelos maias é diferente de outros sistemas desenvolvidos na Mesoamérica.

O mapa 4 ilustra o final do período clássico:
- a cidade de Tula (toltecas / 800 a 1.100) com grandes esculturas com relevos.
- a cidade de Xochicalco (700/800) com um exemplo de glifos e símbolos arrumados em sequências e cartuchos (uma margem que envolve e delimita).
- Nuiñe (700 -900) com cenas narrativas. é uma variação mixteca dos glifos zapotecas do clássico.
- zapotecas (800 -900) cenas narrativas com poucos glifos.
- El Tajin (700 a 1.000) cenas puramente narrativas, sem textos.
- maya (700 a 900) floresce em Yucatán a arte decorativa de fachadas, máscaras e painéis, com uso parcial de textos.
- Cotzumalhuapa (700 a 1.200) cenas narrativas em relevo.

No mapa 5 observamos o período pós-clássico: (atenção, esse mapa encerra a contagem do tempo em 1521 quando ocorre a conquista espanhola da cidade de México-Tenochtitlán, porém não usaremos essa data como parâmetro, por dois motivos: 1- nem todos os povos foram derrotados pelos espanhóis ao mesmo tempo, e 2- porque os sistemas de escrita mesoamericanos continuaram sendo utilizados durante o século XVI)
- nahuas (1.200 em diante) com um exemplo dos livros com escrita pictoglífica (=códices). Poucos monumentos.
- mixteco-zapoteca (1.300 em diante) também faziam uso de códices. Poucos monumentos.
- aztecas (1.200 em diante) com narrativas pictoglífica em esculturas monumentais, afrescos (pinturas nas paredes) e códices.
- mayas yucatecos (da região de Yucatán): livros pictoglíficos e arte monumental com textos.
- mayas das Terras Altas (sul): uso de afrescos pictoglíficos e esculturas em pedra de sistemas calendários.

Observação: é importante lembrar que a história dos povos mesoamericanos não acabou com a chegada dos espanhóis, cada um desses povos teve uma relação diferente com os espanhóis: alguns se aliaram para tentar derrotar outros povos mesoamericanos dos quais eram inimigos, alguns foram derrotados, alguns se rebeleram, alguns tentaram manter privilégios junto aos espanhóis. Assim, a história colonial da Mesomérica é muito rica e complexa. Além disso, o tema que mais nos interessa nesse momento, os sistemas de escrita, não foram totalmente abandonados, tendo sobrevivido e sofrido transformações ao longo de todo o século XVI. Todos esses temas abordaremos mais pra frente.
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